
ROSTO DE ÉBANO
Retenha a neblina em teu rosto de ébano
Como quem resgata a fúria dos espelhos.
Lúgubres são os olhos que amanhecem
Na quietude da espuma e da areia morna.
Tacteia na pele da chuva os contornos
Do chão e das vozes que obstinadamente
Insistem em calar a noite e dobrar o verso.
Ébrias são as mãos que nos lembram a dor
Na aura matinal do amor desconsentido. .
Escuta agora os sussurros vindos das estepes
Longínquas para que novas viagens e novos
Caminhos em teu rosto reprincipiem.

Armando Artur
em Lisboa a
semana passada
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